sexta-feira, 2 de abril de 2010

arquiteto meu

Chegou
eu estava em construção
puxou um banco
sentou,
observou...
e acendeu um cigarro.

Passava os olhos
nos jornais caídos no chão...
desvendava os meus mistérios
como se descobrisse os cômodos...
tentava buscar ali
uma solução para os pequenos grandes desajustes.

Me desconcertou
ao me olhar com os seus olhos...
me alimentou
com os planos de sua boca
e me manteve em pé
quando percebi que havia se unido aos meus alicerces.

Foi para minha construção
o pedreiro que faltava...
pois usou a força de sua vida...
e delicadamente
decorou o que precisava,
pois usou os sonhos mais concretos, me deu vida!

Obra terminada,
hora de ir embora...
e o que ficou?
a sensação de um coração partido...
que depois da grande obra,
não aprendeu a viver sem seu Arquiteto.

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