sexta-feira, 30 de julho de 2010

Onde foi parar a sutil inocência?

É triste procurar e não achar. Perguntar e não obter resposta, mas o alivio vem quando se denota que isso não é pessoal, pois todos vivem os dilemas propostos por suas incoerências.
Talvez se perde muito da tranqüilidade devido aos filmes ao quais somos submetidos a encenar. As torturas que o enredo nos leva a enfrentar com unhas e dentes. Outrora ainda, pelos escritos majestrais dos nossos autores preferidos, que em confusão consigo mesmo, transpassaram para papéis suas fugas, as incríveis aventuras de como seria se eu fosse diferente nisso ou naquilo.
Inocência, não me lembro dela desde que eu ainda era a junção espetacular da transgressão espermatozóideóvulo.
Muito se perdeu, porém, muito se ganhou.
A vida nos coloca frente a frente com os obstáculos, que só permanecem ali dependendo da nossa disponibilidade em querer ultrapassar.
Nos é reservado durante todo o tempo a possibilidade de mudanças, de superações. O problema é que como tudo parece muito difícil, decidimos pelo óbvio, pelo simples e no fim, escolhemos em sermos fracos.
Quando perdemos alguma coisa, a culpa é nossa.
Nossa infância por exemplo mostra que não éramos tão inocentes assim, pois íamos atrás do novo, inventávamos. Agora, grandes, não temos motivações suficientemente pessoais para inovar. Nos deparamos na beira de alguma coisa e só o que fazemos é dar meia volta.
Digo por mim, digo por você.
Somos inocentes a tal ponto de que não vivemos nossos medos. Trancamos nossos sentimentos, nossos afetos, nossas dores.
Que não nos falte a consciência de que crescemos, mas queiramos apenas a (falta de) inocência que tinha aos meus oito anos.


Dedicado a: Jennifer Néri e Guilherme Valensi

Nenhum comentário: