sábado, 25 de setembro de 2010

Que forma a gente tem

Ana Cañas - Devolve Moço



Acredito que o mínimo que somos é o caos.
Somos uma mistura infinita de sabores, cheiros e formatos.
Talvez essa seja a verdadeira forma de se tornar pessoa. As diferenças contidas nas garrafas da melhor bebida que podemos ser e podemos oferecer aos outros.
Esse ou aquele tem um gosto infindável de Vodka com refrigerante. O moço ali da esquina, cheia a um fumo bom, como se cheirasse a ervas pré-colidas em sua própria colina. E aquela rapariga tem uma forma tão redonda. É tudo tão cheio num corpo de menina mimada. Ela anda sozinha pela madruga, que forma mais besta de ser feliz.
Esse, aquele ou aquela. Isso, aquilo ou naquilo, somos os nossos eus, contidos na pessoa dos outros.
O pé de meia para o pé descalço não existe, mas aquece num momento frio.
A outra metade do coração, muitas vezes fundido num material muito vagabundo, vai servir apenas para enfeitar pescoços.
As infinitas cartas de amor, serviram apenas para ficar em caixas, no mínimo... Não quero ser chato, mas elas vão uma hora ou outra parar no lixo. Mas não se desespere, talvez lá, ela encontre com tantas outras cartas de amor, e possam viver aquilo que não fomos quanto escreventes.

A gente tem uma forma tão unica, mas também tão igual.
Nos tornamos comum quando nos deparamos que todo mundo é como a gente.
Os pensamentos são os mesmos, apenas muda a forma em que esses pensamentos são espalhados.

O fato é que ninguém é de ninguém, portanto se alguém achar as partes que deixamos cair, sejamos bondosos, e devolvamos aos devidos donos. Não fomos feitos para sermos incompletos, ao menos conosco mesmo.

Um comentário:

Elisa Macedo disse...

Nossa excelente escrita!
muito bom mesmo.
Não nascemos para sermos incompletos. Porém cabe a nós muitas vezes resgatar pedaços de nós.
Muito bom o blog
retribua a visita / fique com Deus e q o Senhor Jesus Cristo te abençoe muito.
http://paginazabertas.blogspot.com/