"Também somos ricos das nossas misérias" (Antoine de Saint-Exupéry)
Não se é, o que de fato se desejou.
Em algum momento, se percebe que tudo que foi produzido, foi entulhos. Ter como ponto de partido os desajustes, não sei, mas talvez seja a melhor forma de conseguir de fato uma mudança.
Enquanto nos percebemos intocáveis, banhados de uma pureza que não existe, nos depararemos com mentiras mal contadas. Coisa essas que nos transfigura a imagem de um processo em movimento uniforme, juntado com pequenos retalhos de lamaçal.
Reconhecer-se miserável. Saber que todos estão sujeitos as piores coisas do mundo e defrontar-se com o processo de desertificação.
Somos pessoas que gostamos de complicar tudo. Um simples erro é capaz de desmoronar o sonho que tivemos.
Temos que aprender a ser simples. Mesmo expostos ao que somos, temos que aprender a lidar com tudo isso. Não há outra maneira.
Escolher pela mudança, radical ou não. Reconhecer-se desfigurado diante do espelho subjetivo dos afetos que damos e recebemos, isso nos transporta para um lugar ao meio, que é capaz de nos torturar a ponto de lapidar a pedra preciosa que precisamos nos tornar.
O processo de lapidação, depende unica e exclusivamente de cada um.
Não se chega ao processo final, sem antes passar pelos ferimentos trazidos pela pouca humanidade que temos.
Talvez não tenhamos o tempo suficiente para entender o quanto somos miseráveis, mas temos o momento agora para viver a vida. Se errar, ainda há tempo para consertar.
Como recordo sempre, o que deve nos importar não é o livro pronto, sim os rascunhos.
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