quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Madrugada de pensamentos


Meu texto da madrugada

Recorrer ao diálogo, simplesmente quando se quer falar coisinhas é o momento sublime em que as sensações humanas nos capacita ao órbita social da vida, porém isso tudo poderia ser muito triste quando não se tem um ouvinte.
Em um momento do tempo, as vozes se calam, os ouvidos se insurdecem e até os sinais mais sutis de comunicação desaparecem diante as emoções e resta apenas a sonoridade feita pela forte respiração.
Tornar expressão o que de modo incoerente se passa dentro de sua caixola é crucial para quem tem idéias, pensamentos e dizeres inconfortáveis.
Pois bem, eu vos apresento um evangelho particular. Enunciado no silêncio da madrugada, onde só os loucos são capazes de ouvir.
Hora de romper com os medos e lançar-se apenas a narrar. Optar pelas letras se tornam eficazes quando não se tem opções de conversas.
O ranger de tudo que se passa ao lado prova que a vida acontece mesmo quando ela tem por pretensão, acontecer escondida. Nos move para um abismo onde nada gira em torno do nosso umbigo. A vida passa. O tempo corroi todo nosso juvenismo e a unica opção que temos, é unirmos a ele, o tempo, grande inimigo do nosso corpo. Ele traz em nós, sinais e expressões desconcertantes a quem ainda pensa em viver por mais alguns anos.
A folha branca e listrada recebe sob o peso da tinta vermelha, a responsabilidade de trascorrer o que se passa no vazio presente.
O lugar para a composição daquilo que servirá de testemunho de que permaneci ligado, não é o lugar mais adequado, espero não mais optar por esse pequeno metro quadrado, mas por enquanto, esse foi o espaço que recebeu a missão de acomodar a minha bunda até que um resquício de sono viesse. Mas esse regenerado sono não veio.
Quanto a maneira clássica de expressar o momento, é esse. A narrativa feita com um pouco de vida, papel e caneta.
A música poderia participar desse momento, mas preferi o som do lado de fora.
Mas, me afasto daqui. Deito-me. Agradeceria se conseguisse me apagar ao menos mais uma noite, porém se o sono não me acompanhar, permanecerei com as anedotas contadas pelo meu inconsciente. O suficiente para manter-me na gravidade de pensamentos toscos e idiotas.

2 comentários:

Ferd disse...

Bom o texto , quando vou escrever gosto de escrever de madrugada , ou no cair da tarde e de preferencia sem som , deixar somente o som das coisas e da "alma" nos incentivar.

Grande Abraço

Renata Cundari disse...

ah muleke! --'

meu titulo preferido.
bom texto como todos os outros nego.

õ//