segunda-feira, 16 de agosto de 2010

D. Iaiá

Quão doce é a ternura da vó. Os seus gestos tornam-se o malabarismo da mais perfeita cadência.
Toma em seus braços, quase que inseguros a certeza do dever cumprido e nos reflete sonhos que caberá aos seus continuar.
Vida que somente é entendida por quem convive. Entre as paredes nos revela os seus quase oitenta. E em sua prosa nos responsabiliza do ato que caberá a nós escolhermos.
Quem senti o gosto do seu feijão com arroz, jamais esquece da presença concreta em nossa vida. É a nossa miséria que nos coloca atrás do passo da senhora de muitos filhos.
Obrigou-se a cuidar dos que não eram seu, os tornou família. Por vez, constitui com o tempo a sua geração, unindo os laços, desembaraçando os teares enrolados por acaso do tempo.
Todos tem mãe, avó... Mas podemos nós, família honrar em ter D. Iaiá.
Mulher dos cabelos brancos e pele enrugada. O tempo faz projeções de um tempo em movimento. De uma vida que revela ter sido a garota planejada para amamentar.
Cuidado. Com o zelo permanece em ordem todos os seus traços.
Suas doces e suaves melodias continuam a ressoar por toda a parte.
Aprendestes com as suas ocupações. Nos ensina com os seus contentamentos a viver a vida.
Enquanto vive és a senhora dos meus dias. E isso vai durar, pois nunca se perde o que de fato é presente em nós.
Vó de tantos netos e alguns bisnetos. Mãe de muitos filhos e não filhos. Formastes em seu seio, uma família.


E quem não tem a noção disso, pela minha capacidade de tão pouco eu peço que se retire, mesmo sabendo que ela, a nossa vó, jamais deixará partir.



Dedicado a: D. Zilda (Minha avó - materna)

Um comentário:

Ferd disse...

Singela, doce e pura. Muito legal você falando da sua avó, nada melhor do que amor de avó, mimos e coisas que elas nos fazem né ?

Abraços *-*